Quando jogos servem como janelas para seus pesadelos

Existem jogos que buscam partir para um lado de terror, colocando monstros para atacá-lo em momentos inesperados, causando sustos no jogador, que fica sempre tenso, esperando pelo momento em que encontrará um novo inimigo. Só que também existe um tipo de jogo que, apesar de trazer os sustos, aposta na criação de um clima tão aterrorizador que você não fica com medo na expectativa do encontro com um oponente. Você sente medo de apenas estar ali.

Outlast é um jogo que se enquadra nesse segundo grupo, trazendo uma história que envolve e deixa os jogadores tensos do começo ao fim.  Com um cenário naturalmente tenebroso, o game criado pela Red Barrels consegue misturar exploração e violência insana para nenhum fã de horror colocar defeito.

A difícil vida de um jornalista investigativo

Outlast coloca o jogador no controle do jornalista Miles. Após receber um email sobre atitudes suspeitas no Manicômio de Monte Massive, ele vai até o local completamente sozinho, equipado apenas com sua câmera filmadora.

Assim como diversos games do gênero, Outlast não traz um personagem comum que se transforma em um herói após se ver cara a cara com o perigo. Pelo simples fato de você não contar com um comando de ataque, não existe uma maneira direta de se defender de qualquer mal. Sua única opção é correr e se esconder. Em Outlast, você sai do genérico papel de herói para assumir a faceta de sobrevivente.

Os comandos de Outlast apenas reforçam essa sensação, já que você se sente muitas vezes impotente e desesperado perante um inimigo que se aproxima. A vantagem é que todos os movimentos (tanto no teclado e mouse quanto em um joystick) respondem maravilhosamente bem, permitindo que você tenha uma esperança na hora de fugir.

Um cenário digno de seus piores pesadelos

Durante todo o jogo, você tentará fugir do Manicômio Monte Massive. O local, que já era cheio de pessoas insanas, ficou pior pelo fato de todos acabarem sendo vitimas de diversas experiências perversas. Com os pacientes livres de seus quartos, o local fica apenas mais amedrontador.

A construção dos cenários, a maneira como cada seção parece diferente da que você estava antes passa a sensação de evolução, por mais que você esteja confinado em um lugar fechado. Pequenos detalhes espalhados nos locais por onde você caminha apenas deixam o manicômio um local mais real, o que apenas aumenta a tensão que você sente ao passar pelos seus corredores.

Efeitos sonoros que farão você sentir um frio na espinha

Como não poderia deixar de ser, um dos grandes trunfos de Outlast são os seus efeitos sonoros. Apesar de o jogo contar com alguns trechos de música incidental, na maioria das vezes você apenas ouve os seus passos e a respiração do personagem principal.

Quando o clima vai ficando cada vez mais tenso, a respiração do jornalista fica mais pesada, o que, por tabela, acaba deixando o jogador mais nervoso, já que ele sabe que algo pode acontecer em breve.

Ouvir a respiração do sobrevivente é um dos únicos momentos do game em que você terá algo próximo de uma interação com o personagem, que passa a maior parte do tempo calado. Em compensação, você tem um vislumbre do que se passa em sua mente através de anotações que você faz ao gravar algo com a sua câmera portátil.

Gráficos que lembram cenas de filmes de terror (mas no bom sentido)

Outlast foi lançado para computadores e para o PlayStation 4, o que, por padrão, poderia ser indicativo de que ele tem bons gráficos. Isso se torna uma realidade em ambas as plataformas, com os PCs levando uma leve vantagem em cima do console da Sony.

Seja nos detalhes dos corpos que você encontra pelo caminho, nos cenários mal-iluminados ou no simples fato de você poder ver o seu corpo quando olha para baixo (algo que muitos jogos com visão em primeira pessoa ignoram), os gráficos de Outlast, apesar de não serem os melhores dos últimos tempos, conseguem mostrar uma qualidade que poucos games atuais têm.

Não é um jogo para pessoas de estômago fraco

Apesar de ser um ótimo jogo, Outlast não é um título para todo mundo. Logo nos primeiros momentos do game, você encontrará corpos decapitados, pessoas deformadas, mutiladas, em situações de degradação humana.

Outlast não tenta se segurar ao incluir cenas de violência extrema, sexualidade e terror psicológico, tornando o título algo extremamente adulto e perturbador. Por causa disso, o jogo não pode ser indicado para todo mundo, já que deve causar alguns problemas devido ao seu conteúdo.

Um pesadelo em forma de game

Outlast é um excelente jogo que consegue brincar com os sentidos do jogador, deixando-o tenso desde os seus primeiros momentos. Uma maneira interessante de descrevê-lo é levarmos em consideração o fator replay de vários jogos.

Enquanto alguns títulos fazem com que o jogador tenha vontade de revisitá-lo e continuar jogando, Outlast faz com que você questione os motivos por ainda estar jogando, já que ele proporciona momentos extremos para quem o acompanha. Assim como um bom filme de terror, o game desafia os limites do ser humano, causando medo e fazendo com que ele se sinta cada vez mais vivo.

Em poucas palavras, Outlast tem o potencial para se tornar o jogo principal do seu gênero, conquistando o posto de título a ser batido quando o assunto é terror nos games.

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Pontos Positivos
  • Cenários bem construídos
  • Clima tenso do começo ao fim