Imagem de Pokémon Alpha Sapphire/Omega Ruby
Imagem de Pokémon Alpha Sapphire/Omega Ruby

Pokémon Alpha Sapphire/Omega Ruby

Nota do Voxel
80

É a hora de virar — novamente — o mestre da liga Pokémon [vídeo]

Seja bem-vindo ao mundo de Pokémon Alpha Sapphire & Omega Ruby. Você é um garoto ou uma garota? Bom, realmente não importa, porque sua aventura vai ser basicamente a mesma com algumas pequenas mudanças de diálogo.

Remakes dos jogos originalmente lançados para o falecido GameBoy Advanced, os títulos ganharam os gráficos e as mecânicas atualizadas de Pokémon X & Y, ao mesmo tempo em que mantiveram características próprias. Para atrair os consumidores, a Nintendo também aposta na introdução de uma funcionalidade conhecida como “reversão primal”— na prática, algo muito semelhante às megaevoluções, mas que só afeta os lendários Groudon e Kyogre.

Revisitamos a região de Hoenn e pudemos conferir tudo o que há de novo (e de velho), apresentando nesta análise aquilo você precisa saber sobre o jogo. Caso esteja ansioso para descobrir nossa opinião sobre o game, adianto algo desde já: para o bem e para o mal, Alpha e Omega definitivamente honram a tradição da série Pokémon.

Mantendo padrões

Caso você já tenha jogado qualquer encarnação da série principal dos monstros de bolso feitas para portáteis, já sabe o que esperar da fórmula-base de Alpha e Omega. No papel de um novo treinador, cabe ao jogador viajar pelo mundo coletando oito insígnias de ginásios temáticos para, depois disso, enfrentar a Elite dos Quatro local e se sagrar o grande campeão do mundo de Pokémon (ou ao menos da região que você está explorando).

Durante os intervalos dessa missão, você vai ter tempo para encontrar uma grande variedade de criaturas e investigar os mistérios da chamada “reversão primal”. Porém, não pense que isso significa muita coisa — apostando em uma fórmula segura, os remakes se diferenciam essencialmente por apresentar uma engine gráfica ligeiramente refinada em relação ao que foi visto em Pokémon X e Y, lançados em 2013.

Apesar de a história do remake ter sido ligeiramente remodelada para adotar a nova mecânica (e as megaevoluções), ela continua sendo pouco desenvolvida — mesmo para os critérios da série Pokémon. O Team Aqua e o Team Magma possuem motivações bastante simplórias, e a maneira como a trama se desenrola é tão previsível quanto o roteiro de um desenho animado feito para entreter somente crianças.

É somente após terminar a aventura principal que o game revela uma pequena subtrama mais interessante — prova de que a Nintendo tem capacidade de investir em algo mais complexo para a série. No entanto, essa missão adicional tem uma duração tão curta e um escopo tão limitado que isso se mostra incapaz de salvar o roteiro de Alpha e Omega da mediocridade.

Ligeiros refinamentos

As principais mudanças dos remakes estão em pequenas melhorias, muitas delas sentidas somente por quem dedicou um bom tempo a Pokémon X ou Y. A Nintendo parece mais confortável com a engine gráfica que estreou no Nintendo 3DS, apostando em cenas com ângulos de câmera mais dinâmicos e fundos mais detalhados para as batalhas do jogo.

Embora não tão consistentes em temática quanto seus antecessores imediatos, os cenários do game estão mais ricos em detalhes e apresentam elementos como wingulls que voam caso você se aproxime. Além disso, pela primeira vez na série, seus adversários viram a cabeça antecipando sua chegada — algo pequeno, mas que faz uma diferença brutal para quem está acostumado com a franquia.

A Nintendo também realizou algumas ligeiras mudanças na interface do jogo, tornando mais fácil o processo de gerenciar equipamentos ou curar seus pokémons. No entanto, algumas soluções ainda parecem um tanto arcaicas, como a necessidade de ter que abrir uma janela dedicada para plantar berries — ação que sempre exige alguns segundos de carregamento.

A tela de baixo do Nintendo 3DS também foi mais bem aproveitada pela companhia, que passou a reunir funções semelhantes entre si. Apesar de causar estranheza em um primeiro momento, a decisão da empresa tornou mais simples encontrar as áreas dedicadas à jogatina online, aos sistemas de troca e a recursos como Pokémon Amie e Super Training.

Entre as novidades introduzidas em Alpha e Omega está o BuzzNav, uma opção de sua Pokédex que exibe notícias relacionadas a seu progresso no game — o que ajuda a passar a sensação de que aquilo que você faz realmente tem impacto sobre o mundo de Hoenn. No entanto, a principal novidade é a DexNav, opção que deve agradar principalmente àqueles que levam a sério a filosofia “temos que pegar”.

Quando a novidade é ativada, a tela inferior do 3DS se transforma em uma espécie de radar que mostra a silhueta de todos os pokémons que podem ser encontrados em uma área. Caso você já tenha obtido todas as criaturas, uma pequena coroa surge no canto do display mostrando que seu trabalho nesse sentido foi concluído.

O DexNav também ativa a aparição de algumas criaturas especiais, que surgem de forma destacada no mapa. Para se aproximar delas e capturá-las, você deve caminhar lentamente até o local em que elas estão, o que modifica um pouco a dinâmica clássica de sair correndo pelos mapas durante a fase de exploração do game.

Foco nas competições

Assim como acontece com outros jogos recentes da série, o principal objetivo de Alpha e Omega parece ser fomentar o lado competitivo de Pokémon. Mesmo que os concursos de beleza do passado tenham retornado, você ainda vai passar a maior parte do tempo procurando criaturas por seus poderes e habilidades com o intuito de confrontar outros jogadores e não para vencer a inteligência artificial do título.

A adição de novas megaevoluções e do sistema de reversão primal deve ajudar a mudar o metagame dos combates, assim como a possibilidade de capturar mais facilmente certos pokémons ausentes de iterações recentes. Assim, quem participa do cenário competitivo vai ter pela frente dezenas (senão centenas) de horas bolando novas estratégias e rebalanceando seus times.

Caso você não tenha ânimo (ou interesse) suficiente para explorar essa parte do título, a duração da aventura principal pode decepcionar um pouco. Mesmo com o epílogo que surge após a Elite dos Quatro ser derrotada, é possível terminar o game em aproximadamente 15 horas sem grande dificuldade — tempo que, obviamente, pode ser multiplicado várias vezes caso você deseje preencher sua Pokédex.

Vale a pena?

Bastante próximas em matéria de conteúdo em relação ao que foi visto em Pokémon X e Y, as versões Alpha e Omega “jogam seguro” e não mexem muito com a fórmula estabelecida pela série até o momento. No entanto, os pequenos refinamentos de engine e a possibilidade de obter praticamente todas as criaturas lendárias da série tornam o game uma adição importante à biblioteca dos fanáticos pela franquia.

Como parte de uma série que evolui a passos lentos, os novos jogos trazem novidades bastante escassas, que surgem principalmente na forma de novas megaevoluções e da mecânica de reversão primal. Apesar de discretas, essas alterações devem se mostrar mais do que suficientes para manter viva a cena competitiva baseada na franquia.

Recomendados principalmente para os aficionados pela série, Alpha Sapphire e Omega Ruby não decepcionam a quem procura por uma experiência calcada em elementos familiares. No entanto, quem espera por algo menos conservador e que faça algumas das mudanças pelas quais Pokémon clama há anos pode achar uma ideia melhor manter X e Y como os únicos jogos da franquia a fazer parte de sua biblioteca do 3DS.

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.
Pontos Positivos
  • Pequenos refinamentos de engine resultam em um game atrativo
  • Possibilidade de encontrar uma boa quantidade de pokémons lendários
  • Sistema baseado na captura e treino de criaturas continua viciante
  • Recurso DexNav facilita adquirir novos membros para seu time
Pontos Negativos
  • História fraca que não envolve o jogador
  • Poucos elementos realmente novos
  • Estrutura dos jogos antigos torna tediosos alguns trechos da aventura