Imagem de S.T.A.L.K.E.R.: Shadow of Chernobyl
Imagem de S.T.A.L.K.E.R.: Shadow of Chernobyl

S.T.A.L.K.E.R.: Shadow of Chernobyl

Nota do Voxel
85

Muita liberdade e realismo neste FPS com cara de RPG.

A primeira vista o jogo pode parecer apenas um um FPS (tiro em primeira pessoa), entretanto S.T.A.L.K.E.R Shadow of Chernobyl consegue aliar de forma soberba elementos de RPG a sua jogabilidade, o que faz deste título uma grata descoberta.

O cenário aberto, recria de forma fiel a cidade de Prypiat, mais especificamente a área próxima da usina nuclear de Chernobyl, e permite que o jogador explora este universo pós apocalíptico nuclear com extrema liberdade, ao mesmo tempo que a ausência de uma linearidade na história permite que o jogador construa a sua própria história, aliando-se com qualquer uma das facções presentes na Zona, ou agindo por conta própria.

Almoço na Zona!A campanha do modo singleplayer pode durar cerca de dez horas de jogos, isso se você optar por completar somente as missões principais, deixando de lado outras inúmeras missões secundárias que pouco influem na trama. As escolhas do jogador o levarão a um dos sete finais alternativos presentes no jogo, fato que confere ao jogo uma boa quilometragem já que mesmo alcançando um dos finais, você ainda terá motivação para jogar tudo de novo mudando suas ações.

A Zona (The Zone), como ficou conhecida a área dos desastres nucleares, é subdividida em vários setores, que espalham-se ao longo dos seus 30 km² fervilhantes de inimigos, NPCs, material radioativo e artefatos estranhos.

Síndrome da China

No jogo você assume o papel de um "Stalker", um mercenário a procura de artefatos ilegais dentro da Zona, uma versão alternativa da região da usina nuclear de Chenobyl que após a tragédia ocorrida em 1986  sofreu um novo desastre atômico em 1989, que transformou o local em uma singularidade radioativa, repleta de criaturas mutantes, anomalias e artefatos estranhos.

O Stalker em questão não sofre de amnésia, e cabe a você recuperar os fragmentos da sua memória ao mesmo tempo que sobrevive nesta região inóspita. Conhecido como Marked One (o marcado), por conta de uma tatuagem em seu braço, você tem apenas uma informação sobre o seu passado, um PDA que trazia escrito “mate Strelok”.

Agora você terá que explorar a Zona, para descobrir mais sobre a sua identidade, de onde você veio, quais os seus motivos, quem é Strelok e porque ele deve ser assassinado.

Diga-me com quem andas...

A Zona é habitada por diferentes criaturas além de outros seres humanos. Estes dividem-se em grupos. O pertencimento a um grupo irá afetar todas as interações dentro da Zona.

Retrato fiel da ChenobylA maior facção presente na Zona é o exército Ucraniano, que fortifica as fronteiras e tenta separar a Zona do resto do mundo. O exército não aceita a presença de ninguém dentro da Zona, portanto considera todos os “stalkers” como inimigos.

As duas grandes facções que o jogador pode escolher aliar-se são a Duty (Dever) e a Freedom (Liberdade), sendo que pertencer a um dos dois grupos determinará que você é inimigo do outro. Ao aliar-se a um dos grupos você tem acesso a todas as instalações da facção.

Além destes também encontram-se na Zona pequenos grupos isolados de bandidos e mercenário, além de um grande grupo de megalomaníacos denominado Monolith.

Não saia de casa sem eles

Um PDA irá mostrar todas as informações do jogo, do mapa da região até o seu diário pessoal. Com a ajuda deste aparelho, você poderá acompanhar o andamento da trama pelas entradas do seu diário, aprender mais sobre o cenário lendo os tópicos da enciclopédia, ou conferir quem são seus aliados checando a sua lista de contatos, além de ajudar na sua localização (geral ou com base nas missões a serem realizadas) e um ranking que mostra quem são os caçadores (stalkers) mais cotados dentro da Zona.

Para subir neste ranking você deverá cumprir as missões que lhe são incumbidas, como recompensa sua “moral” irá subir e você irá receber dinheiro e/ou itens como pagamento. Mas este não é o único modo de se conseguir grana dentro da Zona, por se tratar de uma terra sem lei (a não ser pela presença do exército corrupto que vigia algumas fronteiras), você pode vender muitos dos itens encontrados pelo cenário, inclusive revirando corpos.

Assim você poderá comprar novas armas, itens, mas cuidado, porque você não conseguirá carregar muito peso, portanto escolher bem a sua arma e não carregar itens inúteis torna-se de vital importância.

Entre os itens mais curiosos estão os alimentos, sendo que alguns não apenas recuperam sua energia mas também combatem os efeitos da radiação, como no caso da Vodka — isso mesmo nada como uma boa água ardente russa para afastar qualquer sintoma de exposição prolongada a radiação.

Anomalias e artefatos radioativos

No  futuro alternativo de S.T.A.L.K.E.R, a região de Chenobyl sofre um segundo desastre nuclear, não atoa a área começa a apresentar estranhas anomalias, onde as leis da física são alteradas, com conseqüências mortais tanto para o jogador como para os NPCs.

Diferentes em tamanho e forma, cada uma produz uma alteração na realidade, seja distorções gravitacionais ou picos de radiação. A maioria desta anomalias pode ser detectada a olho nu (são pequenas distorções de luz ou ar), para aquelas mais traiçoeiras o jogador conta com um detector que soa conforme a proximidade dessas anomalias, sendo que a confirmação da presença dessas anomalias pode ser determinada ao arremessar um parafuso na sua direção.

Por conta da sua natureza anormal, essas singularidades produzem estranhos artefatos de enorme valor científico (o que torna a Zona tão atraente para os mercenários de plantão). Além de ótimos produtos de troca, os artefatos podem ser utilizados pelo jogador, já que cada uma provem certos benefícios.

Mas todo cuidado é pouco ao se lidar com artefatos gerados por anomalias radioativas. Enquanto um artefato lhe confere maior resistência a tiros também o está envenenando com radiação, portanto aprecie com moderação.

Inteligências Artificiais

Um dos destaques de S.T.A.L.K.E.R é a inteligência artificial, a engine Alife, de propriedade da própria GSC Gameworld, suporta mais de mil habitantes da Zona. Criando personagens sem script, o que significa que Inteligência artificial pode se desenvolver mesmo sem entrar em contato com o jogador.

Tropa de elite malandro!Todos os NPCs possuem vidas próprias, com rotinas e eventos totalmente independentes do jogador, o que dá a impressão que o mundo de S.T.A.L.K.E.R não gira em torno do jogador, muito pelo contrário você é apenas mais um elemento neste gigantesco cenário. Até mesmo os monstros e outras criaturas presentes na Zona comportam-se apropriadamente, caçando, descansando, defendendo o território e até mesmo fugindo quando ameaçadas.

Essa AI sem script garante uma série de outras missões aleatórias. Por exemplo, resgatar um outro Stalker, destruir a base de um grupo rival, destruir o ninho de monstros, além de garantir maior aleatoriedade de eventos, já que a um NPC pode tomar uma decisão por conta própria sem depender das interações com o jogador.

A física da coisa

Entre outros aspectos técnicos que destacam-se no jogo está a física real e a física das balas. S.T.A.L.K.E.R. utiliza-se de uma versão modificada da engine física ODE, a mesma de jogos como BloodRayne 2, Call of Juarez, que suporta centenas de cálculos e objetos em diferentes níveis.

Essa engine consegue entregar mais realismo ao jogo mostrando objetos destruindo, animações de esqueletos, movimento de projéteis.

Os projeteis comportam-se de forma muito realista, graças a engine ODE, como em jogos mais táticos nos moldes da série Ghost Recon ou Operation Flashpoint. As balas são afetadas pela gravidade, diferentes superfícies (ricochete), o que torna as armas pouco precisas quando disparadas sem mira apropriada. Distância e clima irão alterar o comportamento tanto da sua arma como do seu tiro.

Holocausto nuclear

Além da extensa campanha singleplayer, o jogo também conta com uma opção de jogo para múltiplos jogadores. Os embates online suportam até 32 jogadores simultâneos, sendo que você poderá optar pelas seguintes formas de jogo: deathmatch, team deathmatch e artifact hunt.

O deathmatch e team deatchmatch são velhos conhecidos dos jogadores, nestes modo de jogo você deve matar seus oponentes seja como parte de uma equipe (team) ou solitariamente. Já em artifact hunt, você joga em um sistema análogo ao popular “capture a bandeira” (capture the flag), para aquele não familiarizados ao modo de jogo, basta encontrar um determinado item e retorna-lo a sua base.

Apesar de simples o multiplayer de S.T.A.L.K.E.R dá conta do recado e proporciona algumas boas horas de diversão, mesmo porque também se faz valer do mesmo sistema presente em títulos como "Counter-Strike", neste sistema você é remunerado pelas suas vitórias (assassinatos) podendo assim comprar novos equipamentos.

Panela velha

Qual é o problema?Apesar de ultrapassados, os gráficos gerados pela engine X-ray apresentam muitos detalhes e criam um ambiente incrivelmente imersivo. Entre alguns de seus atributos estão renderizações HDR, mapping normal e parallax (melhoram as texturas e profundidades), efeitos de sombra, movimento, clima alternância de dias e noites além de suporte
widescreen.

Os gráficos podem não surpreender, mesmo porque já estão datados, entretanto são extremamente ricos em detalhes e criam um cenário aberto de grande escopo, já nos ambientes fechados os efeitos de luz e sombras aumentam o realismo do cenário ao mesmo tempo que aumentam o clima sombrio que cerca a região.

O dia seguinte

É uma pena que S.T.A.L.K.E.R tenha encontrado tantos problemas durante o seu desenvolvimento, o que acarretou em vários atrasos em seu lançamento, essa demora no lançamento tornou uma boa parte do seu conteúdo gráfico ultrapassado.

Com algumas exceções a jogabilidade destaca-se com grandes notas, ao mesmo tempo que o gráficos apesar de defasados trazem bons pontos. A trama aberta oferece grande liberdade ao jogador entretanto torana a história muito fraturada.

O lançamento de patches solucionou grande parte dos bugs que afetavam a jogabilidade, mesmo que esses fossem mínimos e na sua maioria afetavam somente o modo multiplayer.

S.T.A.L.K.E.R Shadow of Chenobyl é um bom jogo que deve agradar tanto aos fãs de FPS como aos fãs de RPG. Em vários pontos o jogo assemelha-se muito a clássicos como Deus Ex e System Shock. E a desenvolvedora Gameworld já anunciou que está trabalhando em uma sequência, na verdade um prequel, S.T.A.L.K.E.R.: Clear Sky, agendado para o primeiro trimestre de 2008, o jogo contará eventos ocorridos antes de Shadow of Chenobyl.

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