Imagem de Swarm
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Swarm

Nota do Voxel
80

Descerebrados, sim. Desunidos, jamais!

Alguns títulos contam entre suas características um mérito interessante: o de devolver aos video games aquela sua dimensão de “jogo”. Embora fosse algo bastante comum entre as primeiras gerações de consoles, tal característica tem cada vez mais dado lugar ao que se poderia chamar de “cinema interativo”, conforme somos constantemente arremessados — blockbuster após blockbuster — para dentro de histórias restritivas e superlotadas de inúmeros checkpoints.

Bem, Swarm sem dúvida é um belo representante daquele primeiro grupo. Assim como vários outros jogos “simples” que são lançados apenas em formato online (PSN, XBLA, App Store etc.), Swarm não demonstra nenhum pudor ao enviá-lo para dentro de um desafio dirigido unicamente por pontuações absurdas e dificuldade punitiva. É claro, ainda existem checkpoints... O que, entretanto, não chega a “refrescar” muito as coisas.

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Eis o conceito: aqui você controle um exército de criaturas descerebradas. O jogo tem início com uma bolha azul misteriosa desembarcando em um planeta devastado e espalhando seus tentáculos gradualmente através do território. De cada tentáculo emergem 50 Swarmites, pequenos bípedes azuis com um olhar vazio semelhante ao que se pode encontrar em Angry Birds.

Em relação à história — que realmente não é muita —, os Swarmites devem buscar continuamente amostras de DNA para ajudar a sua bolha-mãe (carinhosamente chamada de “Momma”) a crescer e se espalhar cada vez mais.

Em termos práticos, a coisa muda um pouco de figura. A princípio, conforme ilustra o prático tutorial do jogo, não se trata de algo assim tão complexo. Basta controlar o seu exército azul — sempre como um conjunto — em direção ao final da fase.

Img_normalÉ claro que haverá bombas, serras, precipícios... Mas sim, você consegue chegar ao final. Até porque, as suas criaturinhas são sempre regurgitadas em 50 irmãos; basta que um chegue vivo ao final do percurso. O problema é que, embora seja condição necessária, chegar ao final da fase não é o suficiente. Para abrir novas fases e dar continuidade ao jogo, você terá que atingir uma pontuação mínima. É aí que a coisa toda vira um “jogo de video game” no sentido mais clássico.

Além disso, nem mesmo os chefes do jogo podem ser acessados sem que se verifiquem alguns pré-requisitos — nesse caso, são estruturas de DNA. Em outras palavras, caso você realmente queira avançar através da aventura alienígena nonsense de Swarm, é bom estar pronto para calejar os dedos.

Qualquer fã saudoso dos anos dourados dos videogames deveria pelo menos dar uma olhada em Swarm. Trata-se aqui de uma homenagem óbvia a uma época em que mesmo o jogador mais contido às vezes sentia vontade de arremessar console e TV pela janela.

Em outras palavras, a dificuldade às vezes punitiva de Swarm traz um pouco daquele clima essencialmente “jogo” que se podia encontrar abundantemente nos títulos das primeiras gerações de consoles. Aqui realmente não existe nada parecido com o cinema interativo que tem tomado os blockbusters atuais.

O negócio iniciar e reiniciar uma mesma fase diversas vezes, até que os descerebrados Swarmites possam alcançar seu objetivo — às vezes representado por pontuações verdadeiramente absurdas. Caso sobre algum tempo, ainda é possível contemplar toda a excentricidade da desenvolvedora Hothead Games na criação de alguns dos cenários mais absurdos que já se viu em um game.

Mas há uma consideração a ser feita: caso você não faça parte daquele seleto grupo de jogadores particularmente pacientes/insistentes — aquele tipo acostumado ao padrão de “tentativa e erro” dos títulos mais antigos —, é bom pensar duas vezes antes de empenhar seus trocados. Isso porque Swarm pode realmente ser impiedoso às vezes, deixando para trás uma fila interminável de Swarmites decepados, triturados, queimados etc.

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