Imagem de The Witcher 3: Wild Hunt – Blood and Wine
Imagem de The Witcher 3: Wild Hunt – Blood and Wine

The Witcher 3: Wild Hunt – Blood and Wine

Nota do Voxel
95

Um descanso merecido após o fim de uma longa jornada

Depois de passar mais de uma centena de horas matando monstros, investigando mistérios e resolvendo disputas políticas, pensei que já havia visto o suficiente de The Witcher 3: Wild Hunt. Dessa forma, cheguei à expansão Blood and Wine pronto para me despedir do herói — no entanto, mais de 20 horas depois, me vejo desejando que essa não seja realmente a última aventura do bruxo.

Enquanto Hearts of Stone parecia somente um apêndice à história criada pela CD Projekt RED, a nova expansão soa como um capítulo totalmente novo. Muito disso se deve ao cenário escolhido pela empresa: Toussaint, um reino ao sul que não foi tocado pela guerra entre Nilfard e os territórios do norte.

A nova trama adiciona um capítulo um tanto sombrio à história de Geralt, o forçando a escolher entre lealdades antigas e o extermínio de um monstro responsável por diversos assassinatos sangrentos. O tom pesado é compensado por subtramas mais leves e algumas reviravoltas que mostram que, acima de tudo, a CD Projekt RED queria dar ao personagem uma despedida que o deixasse em um lugar bom.

A mesma fórmula, com variações

Caso você já tenha usado seu tempo explorando o universo de Wild Hunt, sabe o que vai encontrar em Blood and Wine do ponto de vista da jogabilidade. Você alterna seu tempo entre exploração de novos ambientes, conversas com múltiplas escolhas e resultados e batalhas contra monstros com habilidades e dificuldades variadas — e, sim, novamente parece que a CD Projekt RED usa um pouquinho demais o sistema de “sentidos especiais” do bruxo.

Se em Hearts of Stone havia somente uma pequena área adicional a explorar, Blood and Wine nos oferece um mapa com tamanho semelhante ao de No Man’s Lad de Velen. O destaque nesse sentido não são as grandes dimensões do cenário, mas sim a direção artística — ao cavalgar em direção a um castelo distante, o jogador passa por vinhedos, campos e florestas extremamente bonitos.

Blood and Wine traz cenários impressionantes

A desenvolvedora aposta em algumas mudanças para a interface do jogo, cujos efeitos são sentidos principalmente na organização do inventário. As soluções empregadas ainda não são perfeitas (especialmente devido à grande quantidade de itens disponíveis), mas encontrar uma poção ou item específico agora é muito mais fácil do que quando a versão original do game chegou às lojas.

Também há adições para o sistema de evolução do personagem: após completar uma missão iniciada por uma carta enviada por Yennefer, ele pode destravar novas mutações para suas habilidades de bruxo. Misturando pontos de melhoria a mutagênicos, você pode destravar poderes capazes de destruir facilmente qualquer oponente de nível mais baixo — para tornar as coisas mais iguais, só é possível ativar uma dessas opções por vez.

Usando o novo sistema, você também ganha a oportunidade de destravar até quatro adicionais para ativar habilidades destravadas anteriormente. Essa solução se mostra especialmente útil para jogadores mais avançados, evitando que eles gastem pontos de evolução em opções que nunca são usadas pela falta de espaço.

Blood and Wine é recomendado para personagens de nível 35 ou superior, e você pode iniciar o DLC a partir de um save preexistente ou no início de uma nova aventura. Também há a opção de pular diretamente para a ação usando um novo personagem que inicia a aventura com habilidades e armamentos pré-selecionados pela CD Projekt RED.

Sombras e luz

Mesmo que sua trama principal trate de temas considerados pesados, Blood and Wine tem uma leveza que estava ausente em Hearts of Stone. Muito disso se deve aos habitantes de Toussaint: a região é povoada por cavaleiros que seguem um código de honra bastante restrito e que costumam tentar conquistar o coração de donzelas realizando feitos de bravura — como matar um monstro contra o qual eles claramente não estão preparados.

O roteiro sabe trabalhar com esse elemento e muitas vezes explora a disparidade entre essas atitudes heroicas e a maneira com Geralt lida com suas missões. Em determinado momento, você pode até mesmo entrar de cabeça nesse mundo e participar de um torneio que vai testar sua mira, capacidade de cavalgar e habilidades de batalha em grupo.

A trama da expansão é marcada pelos contrastes

A dualidade de temas também se mostra em outros momentos, provando que o título “Vinho e Sangue” pode ser interpretado de diversas formas. A CD Projekt RED continua a usar um tipo de humor bastante sarcástico e a brincar com expectativas, entregando momentos bastante divertidos — vale a pena conferir a missão em que um pintor insiste em criar um retrato de Geralt.

Embora a trama principal seja um avanço em relação a Hearts of Stone, ela não atinge os mesmos pontos altos de algumas histórias do jogo-base — como todo o arco do Barão Sangrento, por exemplo. A maneira como o game lida com maldições e vampiros é bem desenvolvida, mas sentimos falta de um vilão mais emblemático e que nos prendesse ao que é mostrado em tela. O resultado final está longe de ser ruim, mas é difícil considerá-lo como um dos pontos mais altos entre a imensidão de The Witcher 3.

Vida no campo

Entre uma e outra luta, Geralt pode se dedicar a cuidar de um vinhedo herdado por ele logo no início da expansão. O local serve como uma espécie de “base de operações” na qual você pode exibir equipamentos antigos, cuidar de seu cavalo ou criar uma plantação de ervas que se transformam em tintas usadas para tingir armaduras.

Novos cenários ajudam a trazer frescor para a nova aventura de Geralt

Para que tudo isso seja possível, vai ser preciso investir uma boa quantia de dinheiro em melhorias para a estrutura, que havia sido abandonada por seu antigo dono. As moedas gastas rendem novas possibilidades de aprimoramentos para o personagem, incluindo bônus de vitalidade e um aumento da energia total do cavalo Carpeado.

Somada aos gastos necessários para forjar as novas e poderosas armaduras adicionadas por Blood and Wine, a falta de dinheiro vai ser uma constante enquanto você explora o conteúdo do DLC. A dificuldade em obter esses conteúdos deve ser tratada como algo bom por quem já terminou as aventuras anteriores, especialmente quando se leva em consideração a facilidade com que Geralt acumulava grandes somas de dinheiro nelas.

Até mais, Lobo Branco

Blood and Wine representa um encerramento bastante apropriado para as aventuras de Geralt — ao menos enquanto a CD Projekt RED se dedica a Cyberpunk 2077. Oferecendo mais de 30 horas de conteúdos inéditos e uma área gigantesca, o DLC consegue manter o alto nível de qualidade apresentado por Wild Hunt e pela expansão Hearts of Stone.

Blood and Wine também possui momentos calmos e relaxantes

A área de Toussaint é bastante bela e apresenta desafios que vão testar as habilidades até mesmo de quem já gastou mais de 100 horas em The Witcher 3. O novo sistema de evolução é particularmente interessante, assim como os conjuntos de armaduras inéditos que oferecem bônus caso sejam usados em sua completude. Para completar, investir em um vinhedo traz momentos de pausa bem-vindos e ajuda a trazer um ar de frescor para a série.

Em resumo, Blood and Wine é um prato cheio para os fãs de Wild Hunt que aguardavam ansiosamente mais conteúdos para um dos melhores RPGs dos últimos tempos. Oferecendo conteúdos que rivalizam em quantidade e qualidade com lançamentos completos, a expansão é uma bela despedida para Geralt e merece ser aproveitada por todos os fãs do bruxo.

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Pontos Positivos
  • Nova área recheada de conteúdos
  • Sistema de evolução complementar
  • Novos conjuntos de armaduras com habilidades especiais
  • Construir um vinhedo próprio é bastante relaxante
Pontos Negativos
  • Bugs antigos continuam dando as caras
  • O antagonista não é muito interessante