Imagem de BioShock Infinite - Burial at Sea Episode 1
Imagem de BioShock Infinite - Burial at Sea Episode 1

BioShock Infinite - Burial at Sea Episode 1

Nota do Voxel
75

Reencontrando Rapture com excelentes constantes e confusas variáveis

Resgatar a garota para limpar as dívidas do passado: esse foi o objetivo que conduziu Booker DeWitt para a flutuante cidade de Columbia. Em um jogo repleto de constantes e variáveis, o protagonista de BioShock Infinite não conseguiria escapar deste destino mesmo que se escondesse no mais profundo dos mares, quando uma misteriosa Elizabeth entra em seu escritório oferecendo ajuda para encontrar Sally, a filha adotiva que se perdeu pela cidade submersa pelo idealismo livre de Andrew Ryan.

BioShock Infinite – Burial at Sea Episode 1 é apenas o início da linha que se desenrolou depois do impressionante desfecho do título principal. O primeiro episódio separa-se em alguns anos da trama original, quando Booker conduz um escritório de investigações em Rapture – resgatando a cidade que estabeleceu a série BioShock como uma das tramas políticas mais complexas e originais dos video games.

No entanto, enquanto este episódio oferece uma perspectiva histórica diferente da vivida anteriormente nos corredores submersos, a ligação entre os dois universos se inicia deixando algumas peças tortas no complexo quebra-cabeça histórico e político que pretende ligar Columbia à Rapture — peças que, felizmente, não estragam o visual final e que continuam trazendo recordações memoráveis para quem já explodiu alguns neurônios na primeira aventura de Booker e Elizabeth.

Uma Rapture diferente

A cidade idealizada e fundada por Andrew Ryan foi apresentada em BioShock com uma sociedade decadente, mas nem sempre ela foi assim. Durante vários anos, Rapture se expandiu sob a ideologia de um comércio livre que estimulasse a concorrência, mas também cresceram os problemas sociais envolvendo a pobreza, a ausência de governo e a descoberta do ADAM.

Os fãs da série podem assim explorar uma sociedade prestes a presenciar o estopim da guerra civil. É possível passear pelas ruas de Rapture e ver o cotidiano das pessoas, conhecendo melhor todo aquele universo que em breve se tornaria um complexo de escuros corredores espiado por splicers.

Do outro lado, Booker e Elizabeth carregam uma relação um pouco indiferente com esse ambiente totalmente novo. Personagens marcantes são apenas citados rapidamente, enquanto que elementos característicos de Rapture, como Little Sisters, Big Daddys e plasmids, são passados como se ambos não tivessem envolvimento.

Parte dessa desconexão entre os mundos é reforçada quando Elizabeth pode abrir fendas para trazer Patriots e samurais para ajudar nas batalhas. Apesar da impressionante habilidade da garota, trazer guerreiros tão diferentes daquele ambiente causa uma sensação de completa incoerência espacial e temporal.

Além deste detalhe, temos os famosos ganchos que podem ser utilizados para subir em lugares altos e percorrer trilhos, mas esta não era uma mecânica presente nos primeiros jogos da série. Rapture é claustrofóbica por natureza. Toda essa liberdade não combina com os passos cuidadosos que os jogadores do primeiro BioShock foram acostumados a dar, atentos principalmente às ameaças de splicers sujos ou a Big Daddys raivosos.

A beleza de BioShock ainda está lá

No entanto, a essência de BioShock ainda está lá, intacta, pronta para ser saboreada por todos. A trilha sonora acompanha todos os momentos em completa sinergia com o desenvolvimento da história, e a produção de Infinite permitiu que Rapture recebesse um toque menos mórbido e mais detalhado em luzes, digno do momento histórico presenciado por Booker.

O desfecho ainda resgata parte do gostinho especial que todos sentiram na trama original. Apesar de ser possível terminar o primeiro episódio em pouco menos de duas horas, os últimos momentos compensam parte dos mistérios encobertos pela narrativa, revivendo faces e situações já conhecidas pelos jogadores e conectando-os de uma forma surpreendente.

As batalhas sofreram poucas variações, resgatando alguns dos Vigors presentes em Infinite e transformando-os em magias semelhantes aos plasmids de Rapture. As armas também foram adaptadas dentro do universo, apresentando uma nova possibilidade aos jogadores de explodir splicers com o Radar Range, uma espécie de laser que faz um bom trabalho de evaporar quem cruze o seu caminho.

As armas podem ser aprimoradas pelas famosas máquinas de venda automática, mas a curta duração do episódio prejudica com poucas visitas a estes pontos. Roupas também estão presentes para adicionar efeitos especiais, mas os aprimoramentos de Vigors foram sacrificados por conta da rápida visita à antiga fábrica de Fontaine.

O círculo não foi quebrado

Depois de presenciar momentos surpreendentes com Booker e Elizabeth no episódio principal, era esperado que a sequência adicional tivesse uma emoção tão constante quanto em Infinite, mas a primeira parte dela reserva as surpresas apenas para os momentos finais e não mostra uma dupla tão envolvida pelo ambiente como em Columbia.

Ironicamente, neste universo tão belo pelas constantes e variáveis, foram justamente as adaptações que tornaram a continuação confusa em detalhes e extremamente direta. Mas não vamos nos enganar: estas foram apenas as primeiras peças lançadas para fechar o quebra-cabeça de BioShock.

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Pontos Positivos
  • Visual e trilha sonora continuam incríveis
  • Uma perspectiva diferente na história de Rapture
  • Desfecho marcante
Pontos Negativos
  • Uma fusão de universos sem muitas explicações
  • Mecânicas de Columbia que não combinam com Rapture
  • Aventura muito curta